segunda-feira, 27 de junho de 2016

Andei vendo: Anna

Imersão cultural tem que ter espaço para um cineminha, não é mesmo? Olhando a programação, meus olhos bateram na sinopse desse filme e fui conferir.

O local foi uma sala pequena no Centro Comercial Plazoleta Las Américas. É um prédio com lojas embaixo e escritórios/clínicas na parte de cima. Quase não se percebe que existem salas de cinema ali. Os filmes que passam lá são mezzo comerciais, mezzo alternativos - mais ou menos como o Liberty Mall em Brasília. A maioria do público tinha mais de 50 anos e estava todo mundo bem vestido. E o cine tinha uma funcionária com uma lanterna para ajudar o povo a encontrar os assentos. Chique demais!

Tive sorte em ir numa quarta-feira, dia em que os ingressos têm 50% de desconto. #ficadica Saiu em torno de 5.000 pesos.

Bem, o filme.

A protagonista, Anna, é uma colombiana que vive na França há bastante tempo. Tem um filho de 10 anos, Nathan, que vive com o pai. Ela tem uns impulsos, percebe-se que não é muito equilibrada. O filho parece que não vê muito nela uma referência materna - tanto que a chama de "gorila", e não de "mãe".

Um dia o pai do garoto resolve proibi-la de vê-lo e diz que, "com o histórico que ela tem", nenhum juiz daria a guarda compartilhada. Sim, ela tem alguma disfunção que ainda não está bem clara.

Desesperada, ela resolve fugir com o namorado e o filho para a Colômbia. Sair de um país com um menor de idade sem autorização do pai que não viaja não é a coisa mais fácil do mundo... mas sem essa forçadinha de barra o filme não aconteceria. Bem, o fato é que eles desembarcam em Bogotá e são recebidos pelo irmão dela. Quando Anna percebe que o irmão não apoia suas atitudes, resolve fugir - e o filme se torna um road movie. Vão parando em espeluncas de beira de estrada rumo à costa; os conflitos vão se intensificando e fica mais clara a condição mental da protagonista.

Aqui o trailer:

O filme é uma co-produção franco-colombiana. A maior parte das falas - acho que uns 90% - é em francês com legendas em espanhol. Confesso que as legendas me ajudaram bastante. Na parte que passa em Bogotá, em que ela conversa com o irmão, fiquei boiando em várias partes dos diálogos. Mas isso não chegou a me impedir de entender o filme.

Achei a produção muito bem feita. As cenas transmitem bem a tensão de uma fuga, com os personagens cada vez mais sujinhos e com cara de cansados. No começo fiquei com raiva das atitudes irresponsáveis da Anna; depois fui me solidarizando com a personagem. A atriz principal, Juana Acosta, me manipulou direitinho. Para mim ela é o destaque do filme.

É interessante ver também como, apesar de tudo, mãe e filho conseguem se aproximar. Bem, não vou contar mais para não estragar. O filme é muito bem produzido e acredito que terá ainda um bom destaque nos festivais por aí.

Ficha técnica: Anna (2015). Direção: Jacques Toulemonde . Com: Juana Acosta, Augustin Legrand, Kolia Abiteboul, Bruno Clairefond e outros. Duração: 96 min. País: França/Colômbia. Gênero: drama. Produtora: Noodles Production/Janus Films

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