domingo, 24 de junho de 2012

Feitos para não durar

Hoje tirei uma foto com o celular. Nesses 5 ou 6 anos que estou com ele nunca consegui conectá-lo à internet, e o preço do cabo que liga o aparelho ao computador nunca me pareceu interessante. Ou seja: as fotos ficam presas no aparelho. Sem problemas, tenho uma câmera! O problema é que nem sempre a levo na bolsa.

Quando vejo todo mundo usando celular para bater fotos e acessar a internet, vem a pergunta: quando e por que vou trocar meu aparelho? Espero que não seja por motivo de roubo! Será que alguma nova tecnologia vai torná-lo inviável? Será que um dia ele vai dar algum defeito que não compense consertar?

Até que ponto somos livres para decidir quando vamos nos desfazer de nossos bens de consumo? É disso que trata o documentário "Comprar, trocar, comprar" (ou "The light bulb conspiracy"), da diretora Cosima Dannoritzer. O filme, lançado em 2010 e disponível aqui:




trata de um conceito chamado "obsolescência programada": para estimular o consumo, as coisas estariam sendo feitas para não durar. O filme, que eu ainda não vi até o final (shame on me! Estou parecendo o Sílvio Santos: "não vi o filme - rá rai! mas minha mulher e minhas filhas n° 3 e 4 viram e dizem que é muito bommm!"), começa logo com um rapaz que precisa consertar uma impressora. O conserto custa mais do que comprar uma nova.

O título em inglês vai direto à ideia de conspiração. A entrevista da diretora reforça isso quando ela fala sobre lendas pesquisadas na internet. Outras referências aqui e aqui.

Tenho um pé atrás com filmes sobre teorias conspiratórias: mesmo quando a coisa parece verdade, os diretores se mostram tão obcecados em mostrar essa "verdade" e todos os seus resultados que me sinto alvo de uma lavagem cerebral. De repente tudo gira em torno daquela conspiração! Como assim?

Mesmo assim, foi impossível não me identificar (afinal não é que eu creia em bruxas, mas...). A própria impressora é um exemplo. Já comprei uma que, depois de um mês, apresentou problemas na placa lógica e o reparo seria mais caro do que uma nova. Por algum motivo que não me lembro, a garantia não cobria a troca.

No caso de produtos de alta tecnologia a obsolescência vem logo, e não vejo muito como poderia ser diferente. Mas talvez se pudéssemos mandar consertar nossos gadgets e esses reparos tivessem preços viáveis por mais tempo, isso poderia ser amenizado.

Em tempos de Rio +20, o assunto voltou à discussão. Afinal, mais consumo representa mais lixo. E o que fazer com ele?

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